segunda-feira, novembro 29, 2004

Ada . Blondie (Areal, 2004)



De Ada conhecia o tema incluído no DJ Kicks de Erlend Oye, a remix que ocupava o lado B do explosivo "I Feel For You" de Stefan Schrom e alguns temas distribuídos pelos 12 polegadas "Lovelace" e "Believer" que antecipavam a edição deste álbum. "Blondie" é essencialmente um disco de techno doméstico (no sentido de ser mais intimo do que extrovertido), com ocasionais pontos de contacto com o house, a pop electrónica ou o ambient. Evite-se alguns exercícios dispensáveis tais como "Who Pays Te Bill" (trip-hop, algures entre os tenebrosos Morcheeba e os Spektrum) e temos um disco esplêndido e emocional, cuja principal característica se resume numa palavra: elegância. No fundo, a versão feminina para discos como o recente "Here Comes Love" de Superpitcher, de quem "Blondie" é um duplicado com personalidade própria, até na forma como conjuga a repetição de frases relativamente simples com mudanças imperceptíveis a nível melódico. Ouça-se "Cool My Fire", "Our Love Never Dies" ou "Les Danseuses", exemplos maiores de uma música desenvolvida com detalhe, meticulosamente trabalhada e que resulta num disco confortável e sereno, óptimo para acompanhar os dias de frio que estão por aí a chegar.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Três clássicos...

...que comprei numa das pouco habituais visitas àquela loja onde os empregados andam de colete.

A bem da verdade os "três clássicos", enfim... afinal até são dois.

O que coloca diversas questões: de que forma um melómano mais ou menos compulsivo gere o seu orçamento mensal, entre novidades e clássicos que nunca adquiriu? Ou, por outras palavras, entre mp3's e cassetes gastas, o que deverá prevalecer como suporte a substituir à primeira oportunidade? Entre o novo e o antigo como se equilibra um orçamento limitado e variável e como se definem as prioridades?

Adiante...

James Brown . Motherlode (Universal, original 1988 compilation, expanded 2003 edition)



Mais uma compilação de JB, distribuída no tempo, algures entre o final da década de 60 e o inicio da década seguinte, com versões ao vivo, remixes, alternate mixes e instrumentais. Sobre James Brown e a sua banda (The J.B.'s) não há nada a dizer que nunca tenha sido dito (geniais, extraordinários, sublimes e restantes sinónimos, nada disso é exagerado), sobram as músicas: "Say It Loud" aqui numa versão ao vivo gravada na Georgia, "There It Is" gravada live no mítico Apollo Theater em NY, "Since You Been Done" em dueto com Bobby Byrd, "You Got To Have a Mother For Me" funk up-tempo com uma secção rítmica (Charles Sherrell no baixo e Nate Jones na bateria) imparável (o break que surge por volta dos 3 minutos pede desesperadamente para ser ouvido em loop durante 2 horas), uma versão instrumental de "Funk Bomb" e uma curiosa versão de "People Get Up And Drive Your Funky Soul" da banda sonora do filme "Slaughter's Big Ripoff" extendida por mais de 9 minutos, numa mix ligeiramente menos raw do que o material original. No objectivo, porventura irrealizável, de ter a discografia completa de Brown, este já está. Faltam agora os outros dois mil, seiscentos e trinta e quatro discos.

Beastie Boys . Licensed To Ill (Def Jam, 1986)



Em 1986 os Beastie Boys tinham menos 18 anos do que hoje e, por coincidência, eu também. Lembro-me vagamente de ver os videos de "Fight For Your Right" e de "No Sleep Till Brooklyn" no Vivamúsica (?) e de, uns anos mais tarde, um amigo me ter gravado uma cassete com este disco. O resto é história: um trio de brancos imberbes a misturar rap, punk e metal, letras polémicas (mais tarde esta classificação foi alterada ligeiramente para " letras irónicas"), o primeiro disco da história do hip hop a atingir o número um no top de vendas (alguém me confirma esta efeméride?), riffs viscerais (Black Sabbath? Led Zeppelin? The Clash com certeza), os skills do produtor Rick Rubin (um metalhead que formou a Def Jam, juntamente com Russell Simmons), todo um mundo novo que já tinha sido desenvolvido, por exemplo, pelos Run-DMC mas que, nunca como na pronuncia anasalada destes 3 MC's, soou tão bem. Melhor do que tudo, é descobrir quase 20 anos depois, como a marca hedonista e o rótulo de descoberta genuína se mantêm inteiramente válidos. "License To Ill" envelheceu devagar e conserva o estatuto de eterno adolescente.

VA . Nicky Siano's, The Gallery (Soul Jazz, 2004)



Um texto recente na habitualmente interessante Brainwashed referia, por outras palavras, que a editora Soul Jazz se limitava a ser uma versão trendy e cool e ao dobro do preço daquelas colecções de discos "temáticos" que se encontram à venda em qualquer supermercado; a Soul Jazz seria, portanto, a K-Tel da nova geração. Black music for white people, como afirmou, um dia e noutro contexto, Screamin' Jay Hawkins.
A "Gallery" do título desta compilação é um dos mais emblemáticos clubs da história da música de dança. Simplificando: em conjunto com o Loft de David Mancuso e do Paradise Garage de Larry Levan, o The Gallery ajudou a definir a cena da música de dança underground de NY em meados da década de 70, através da mistura de soul, r'n'b, gospel e funk, originando uma cultura descomplexada que está na génese, por exemplo, de fenómenos novos para a época como o disco. Nicky Siano geria o club e o seu talento nos turntables, o seu instinto numa selecção musical irrepreensível e colaborações em grupos como os influentes Dinosaur, tornaram-no num dos primeiros DJ a atingir o estatuto de estrela. O que nos leva ao inicio deste texto: marketing ou espirito de missão na recuperação de pérolas perdidas, digest de consumo imediado ou formador de novos gostos e espiritos curiosos, o que é certo é que o trabalho da Soul Jazz é, uma vez mais, meritório. Feito o balanço final e excuindo juízos de valor sobre o trabalho da editora, a verdade é que um disco que inclua nomes como The Temptations, Loleata Holloway, Pointer Sisters, The Isley Brothers, Bobby Womack, The Supremes ou Bill Withers dificilmente será um disco menos do que vibrante.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Espirito natalício

Não me importava nada de receber isto pelo Natal. :)



features
the 45th anniversary of motown - the 45s


Motown collect together all 20 singles of their recent reissue series into one limited box set. Includes 40 of their best tracks and biggest hits from the 60s and 70s, all of which are slices of perfect soul-pop music: Four Tops, The Isley Brothers, Jimmy Ruffin, Smokey Robinson & The Miracles, The Temptations, Jr Walker & The All-Stars, R Dean Taylor, Diana Ross & The Supremes, Martha Reeves & The Vandellas, Edwin Starr, Stevie Wonder, Marvin Gaye, The Velvelettes, The Jackson Five, Frank Wilson and more!

20 singles from the golden era of soul! Much copied - the whole Northern Soul sound is based on Motown's 60s output - but never bettered, these tracks stand as testement to the group of amazing song writers, lyricists, singers, players and producers that came together under Berry Gordy's stewardship.

These limited (3000 of each) reissues come packaged in Motown range bags and with authentic looking centre labels too, and feature some of the label's best loved singles output.


Lista completa dos vinte 45s em juno.co.uk.

terça-feira, novembro 16, 2004

Mais discos...

...da colheita do fim de semana passado...

Benny Blanko . 8 Ft. In The Air (Playhouse, 2004), edição atípica no catálogo da label alemã Playhouse. "8 Ft. In The Air" faz a ponte entre o hip hop instrumental e o house e demonstra um espirito festivo descontraído, recheado de catchy tunes e funky beats. Apetece utilizar a expressão "excelente disco", não fosse tal coisa sugerir o imaginário sorridente das televendas.
Booka Shade . Memento (Get Physical, 2004), Basic Channel, Detroit, synth pop, funk, rock psicadélico, dark techno, italo disco, paisagens sonoras, etc et tal. "Vertigo" - 12 polegadas referenciado algures neste belogue - já indiciava que os Booka Shade seriam um nome a seguir com atenção nos próximos tempos. O álbum confirmou as melhores expectativas e compensa em arrojo e polivalência aquilo que, por vezes, lhe falta em (brrrr) "coerência estética".
The Emperor Machine . Aimee Tallulah Is Hypnotised (D.C. Recordings, 2004), Emperor Machine é Andrew Meecham; metade dos revivalistas acid Chicken Lips e aproximadamente 1/3 dos ravers seminais da década de 80 Bizarre Inc. A utilização de equipamentos vintage e técnicas de produção tipicos dos seventies, dão-lhe um ar de disco fora de tempo, algures entre o krautrock, Giorgio Moroder e o imaginário sci-fi das bandas sonoras que John Carpenter em pessoa produzia para os seus próprios filmes. A desvantagem é que muitas coisas daqui já eram conhecidas de anteriores maxis. Isso e uma impressão incómoda de disco que pretende ser levado demasiado a sério.
Peter Grummich . Searoom (12" Spectral, 2004), antes de Speicher 23 na Kompakt, Grummich edita pela Spectral. "Searoom" é um tema admirável, uma espécie de interpretação techno das longas narrativas policromáticas de Ian Simmons, com direito a pausas e mudanças bruscas de direcção. Mais um 12" excelente a sair na Spectral, uma das editoras obrigatórias da cena electrónica actual.
Zoo Brazil . Walk Right Back (12" Get Physical, 2004), os Zoo Brasil são os produtores e dj's John Andersson e Johan Emmoth. Assumidamente para a pista de dança, "Walk Right Back" é um exemplo de groove electrónico, com sintetizadores em bruto, arestas acid e uma batida minimal. Fora da pista perdem-se os baixos penetrantes e a rudeza dos sintetizadores. Portanto o melhor será não tentar ouvir isto em casa.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Agenda



Da agenda do Blitz: Jake Fairley tem dj sets programados para este mês em Coimbra (Via Latina, dia 19), Porto (Swing, dia 20) e Lisboa (Op Art, dia 27).
Também conhecido como Fairmont - talvez o seu alter-ego mais célebre - e membro de uma banda indie chamada Uncut, Fairley é, juntamente com Matthew Dear e Mathew Jonson, um dos novos prodígios canadianos ligados à electrónica e a uma certa revitalização do techno, que lentamente tem atingido destaque em alguns meios de comunicação mais "massificados".
Ainda não ouvi o seu novo álbum - "Touch Not The Cat", editado em Setembro na Paper Bag - mas conto até sábado corrigir esta lacuna, com a premissa, porém, de ter lido diversas criticas que estão longe de ser entusiasmantes (e lá se foi a ideia de "prodígio" :P). No entanto, as minhas fontes garantem-me que os seus dj sets são, e passo a citar, pure party fuel.
Igualmente na agenda do Blitz desta semana destaco o regresso de Michael Mayer a Portugal (Lux, dia 25 de Novembro), o concerto dos Spring Hell Jack (o novo disco "The Sweetness Of The Water" tem passado relativamente despercebido por cá), dia 4 de Dezembro no Teatro Académico Gil Vicente em Coimbra e, já amanhã, o concerto de Pole, igualmente no TAGV.
Tudo boas noticias. : )

quarta-feira, novembro 10, 2004

Dominik Eulberg . Flora & Fauna (Traum, 2004)



Ideias soltas:
Juntamente com "Wuzzelbud kk" de Robag Wruhme, "The Dancing Box" de James Cotton e "Thé Au Harem D'Archimede" de Villalobos, "Flora & Fauna" é um daqueles exemplares de groove maquinal, que se projecta no espaço e potencializa os sentidos. Sem elos fracos, faixas dispensáveis ou momentos estacionários.
Eulberg utiliza os princípios básicos do ritmo como um meio para atingir uma sensação simultaneamente hipnótica e eléctrica; o ritmo nunca é uma obsessão, uma finalidade que vale apenas por si e se esgota em si mesma, pelo contrário, surge de forma subtil, imperceptível, quase sem se dar conta.
Desaconselha-se a utilização de auscultadores que apenas concentram a atenção do ouvinte no essencial. É uma música que precisa de espaço para respirar.
Mais do que o caracter distintivo dos sons, o importante em "Flora & Fauna" é a forma como o groove é coordenado. A maneira como contamina discretamente a estrutura melódica, sem nunca se sobrepor. Até ser extinto. Aniquilado. Dilacerado, membro a membro.

Dominik Eulberg nasceu em 1978 e vive actualmente em Bona, na Alemanha. Mantém uma carreira académica ligada à biologia e à geografia e trabalha ocasionalmente como guarda florestal. Editou diversos 12" em nome próprio ou sob os pseudónimos Dom, Domstone e Rocco Branco. Brevemente serão editadas remisturas suas para temas de Roman Flügel e Dirt Crew. O nome de Eulberg constará igualmente nas futuras DJ Mixes "Misch-Masch" de Tiefschwarz e "On the road Vol.3" de Monika Kruse.

"Flora & Fauna" foi, numa primeira fase, um EP com sete músicas, apenas editado em vinil. A edição em CD inclui três faixas bónus. E é, obviamente para quem liga a essas coisas, um dos melhores discos de 2004.

Eulberg's Top 10 . November
Roman Flügel . Geht's noch ? (Dominik Eulberg RMX) (Cocoon)
Ada . Red shoes (Areal)
Slam . This World (Robag Whrume RMX) (Soma)
Dominik Eulberg . Gasthof zum satten Bass (Trapez)
R.Rash . Smokin Jakkit (Luciano Remix (Exactaudio)
Steve Bug . Re-Loved (Guido Schneider Remix) (Poker Flat)
Dahlbäck & Dahlbäck . Sweden 1 Canada 0 (Turbo)
Mark Henning . Business Class EP (Freude am Tanzen)
Losoul . U know (Playhouse)
Sleeparchive . Recycle EP (Archive)

All time classics
Cold . Strobe light network (Reload)
The mole people . Break night (Strictly rhythm)
Isolee . Beau mot plage (Playhouse)
Trancesetters . Drive (Touché)
G-man . Quo Vadis (Swim)
Vernon . Wonderer (Eye Q)
Transform . Transformation (Downtown Recordings)
Sensorama . Echtzeit (Ladomat)
Pete Lazonby . Sacred Cycles (Brainiak Records)
Joey Beltram . Energy Flash (R&S)

http://www.dominik-eulberg.de/

Afonso Macedo's top 10 . 02/11/2004

Deadcombo . Don't Look So Good
Locodice . Cellar Door
Jake Fairley . Nightstick
!!! . Hello! Is This Thing On?
Gringo Grinder . Stiletto Rock
David Carretta . Lovely Toy
De Crecy & Gopher & Delfaud . Fast Track
Robag Wruhme . Wuzzelbud kk
Luciano & Serafine . Funk Excursion
Dahlback & Dahlback . Forsberg Loves The Acid

Mais playlists em Atome.com.

terça-feira, novembro 09, 2004

Kim Peers . Tell Me More (12" Gigolo, 2004)



Tracklisting:
A1 Tell Me More
A2 Tell Me More (Mt Sims Rmx)
B Tell Me More (David Carretta Rmx)


E agora algo completamente diferente.
E daí, talvez não.

Kim gets her purse which looks like those signature Dior "Cadillac" clutches from the Spring runway." "Killer bag. Dior?"
Kim looks at me and laughs.
"No its from a flea market"
She's feeling better now and summons that piercing star that is her signature as the shutter clicks away.
"So tell me about your band Kim?"
" Monkey Pussy ?"
"Uhmm. Yeah. Monkey P...P...P...P... Uhm. Interesting name. What was the inspiration behind that?" "My boyfriend was just trying to come up with the most obscene combination possible!"
"He succeeded. Beyond a shadow of a doubt. How many people have you got in it?
Its a duo. Just me and my boyfriend.
What kind of music? Post-punk, pop?
More electro but not retro-electro like 80's electro. Its just different.
You're the lead singer?
"Oh no. We share vocals . I play keyboards."
"Sort of like a Eurythmics for The Zeroes huh!"
Kim laughs.


Super-modelo belga, Kim Peers estreia-se no catálogo da Gigolo com um 12" onde sussurra ofegante algumas obscenidades, sobre uma linha de baixo reminescente dos anos 80. "Tell Me More" é sem dúvida mais interessante do que a descrição acima deixa antever. Há qualquer coisa de inquietante e genuinamente subversivo, quer na voz (a lembrar a entoação de Kim Gordon), quer essencialmente na música, uma espécie de versão suja e maquinal de "Walk On The Wild Side".
Igualmente interessantes, as remixes de Mt Sims (trash-pop, a apontar para diversas direcções opostas) e David Carretta (menos sórdido do que o tema original, menos abstracto, mais directo e objectivo, tira o tema da sala do fundo para o colocar na pista de dança) dão a "Tell Me More" a marca de edição essencial para compreender os novos caminhos do electro, numa altura em que o capítulo do electroclash se encontra definitivamente encerrado.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Horror Inc . I Plead Guilty (12" Perlon, 2004)



Tracklisting:
A In My Garden
B The Vanishing


Horror Inc é um dos pseudónimos de Marc Leclair - também conhecido por Akufen - de quem já não tínhamos noticias discográficas desde a edição da compilação Fabric 17. Mas Akufen tornou-se mais notado por "My Way", um disco que revelou um conjunto de admiradores e detractores divididos em campos equivalentes, nem todos exactamente pelas melhores razões. Se é verdade que em 2002 aquilo que Leclair designava como microsampling já não era uma novidade ou uma revolução, também me parece incontestável que o estatuto de disco revolucionário adveio mais de alguns sectores da critica do que propriamente pela boca do seu autor.
"I Plead Guilty" é um excelente 12 polegadas que coloca Leclair em territórios mais distantes do glitch, com utilização de instrumentos "reais" e um instinto melódico apurado. Se, numa primeira audição, "In My Garden" parece ser o tema mais forte (instrumentos de cordas, pianos e uma melancolia amarga a fazer lembrar Murcof nas suas produções menos dinâmicas), rapidamente se torna evidente que "The Vanishing" é a vencedora; dirigida para a pista de dança, a abrir caminho para uma produção menos técnica e sobretudo mais concentrada na elaboração de um micro funk convincente, de efeitos imediatos e consequências irresistíveis.

50 discos de hip hop (1990/2004)

A pretexto de um post no Fórum Sons sobre os melhores discos de hip hop no período de tempo indicado acima, deixo uma escolha pessoal de 50 discos importantes / essenciais / tocados pela mão do génio.
A lista é obviamente subjectiva, discutível e, apesar de nela constarem diversos discos consensuais, ainda assim exibe várias lacunas, certamente motivadas pela ignorância.
Ei-la.

A Tribe Called Quest . People's Instinctive Travels and the Paths of Rhythm (1990) / The Low End Theory (1991) / Midnight Marauders (1993)
Aesop Rock . Float (2000) / Labor Days (2001)
Anti Pop Consortium . Tragic Epilogue (2000)
Asheru and Blue Black of The Unspoken Heard . Soon Came... (2001)
Atmosphere . Overcast! (1997)
Beastie Boys . Ill Communication (1994) / Hello Nasty (1998)
Blackalicious . NIA (1999) / Blazing Arrow (2002)
Cannibal Ox . The Cold Vein (2001)
cLOUDDEAD . Ten (2001)
Common . Like Water For Chocolate (2000) / Electric Circus (2002)
Company Flow . Funcrusher Plus (1997) / Little Johnny From The Hospitul (1999)
De La Soul . De La Soul Is Dead (1991) / AOI:Bionix (2001)
Disposable Heroes of Hiphoprisy, The . Hypocrisy Is The Greatest Luxuty (1992)
DJ Shadow . Endtroducing ... (1996) / The Private Press (2002)
Dr. Dre . The Chronic (1992)
El-P . Fantastic Damage (2002)
Gang Starr . Daily Operation (1992)
GZA . Liquid Swords (1995)
Jay-Z . Reasonable Doubt (1996) / The Blueprint (2001)
Jurassic 5 . Quality Control (2000) / Power In Numbers (2002)
Lootpack . Soundpieces: Da Antidote! (1999)
Main Source . Breaking Atoms (1991)
Missy Elliott . Under Construction (2002)
Mix Master Mike . Anti-Theft Device (1998)
Mobb Depp . The Infamous (1995)
Mos Def . Black On Both Sides (1999)
Mos Def & Talib Kweli . Black Star (1998)
Nas . Illmatic (1994)
Outkast . Aquemini (1998) / Stankonia (2000) / Speakerboxxx / The Love Below (2003)
Pete Rock & C.L. Smooth . Mecca and the Soul Brother(1991)
Prince Paul . A Prince Among Thieves (1999)
Public Enemy . Fear Of a Black Planet (1990)
Roots, The . Things Fall Apart (1999) / Phrenology (2002)
Talib Kweli & Hitek . Reflection Eternal (2000)
Wu-Tang Clan . Enter the Wu-Tang (36 Chambers) (1993) / Iron Flag (2001)

terça-feira, novembro 02, 2004

Booka Shade . Vertigo (12" Get Physical, 2004)




Tracklisting:

A1 Vertigo
B1 Memento


Os Booka Shade são Walter Merziger e Arno Kammermeier, produtores de M.A.N.D.Y., DJ T. ou Sunsetpeople e provavelmente os principais responsáveis pela sonoridade peculiar da editora Get Physical, situada em Berlim.
O lado A é um arquétipo de techno orgânico - se é que existe semelhante coisa - uma música que resvala para diversas direcções imprevisíveis, não particularmente efusiva mas muito bem estruturada. "Memento", no lado B, começa por revelar um falso abandono, assente numa cadência rítmica complexa, e onde progressivamente são adicionados ritmos sintéticos e um baixo ácido, com pausas estratégicas após o inicio em crescendo.
Movendo-se algures por territórios já explorados pelos Metro Area (no lado A) e por Villalobos (no lado B), "Vertigo" abre óptimas perspectivas para o álbum que deve estar aí a chegar e que tem edição prevista para o inicio deste mês.