terça-feira, fevereiro 27, 2007

tomas andersson . mot matsalen! [12" bpitch control, 2007]

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faz sentido falar em tech house em 2007?
tomas andersson mostra que sim.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

baby ford & benno blome . smoke machine [12" sender, 2007]

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à partida esperava mais da colaboração entre um dos pioneiros da cena acid/house londrina (ford) e o patrão da quase sempre recomendável editora sender (blome). faixa demasiada extensa para aquilo que tem para oferecer e sem grandes picos de emoção, "smoke machine" não prima particularmente pela dinâmica, nem tem que o fazer, sendo portanto dispensável. no lado b, a remix de pronsato mantém a melodia, acelera o tempo, adiciona percussão e acerta no ponto exacto onde o house old-skool e o techno minimal se intersectam. o resultado é mais linear do que a maioria das produções de pronsato costuma ser - ainda assim, é bom.

sábado, fevereiro 24, 2007

who's better, nu-disco or minimal?

richard acerta em cheio, philip sherburne safa-se em cima da meta com classe.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

tangoterje . on the beach / belladona [12" balearic biscuits, 2006]

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considerações musicais à parte, os re-edits têm alguma piada (ou muita, dependendo do ponto de vista) mas todd terje a reeditar chris rea é capaz de não ser uma muito boa ideia. de qualquer forma o resultado final é espantoso. melhor só no lado b, o re-edit para "belladona" de andreas vollenweider (gajo que não faço a mínima ideia quem seja), mood baleárico ao máximo, suave e descontraído, apesar de um ou outro ocasional coro feminino quase cigano (facção las ketchup) capaz de fazer torcer o nariz ao tipo mais naif. tão mau que chega a ser bom. adorei.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

pantha du prince . this bliss [2Xlp dial, 2007]

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"this bliss" é o novo disco de hendrik weber na dial. emo-techno ou techno emocional na linha de lawrence, qualquer coisa entre os neu! e a orchestral manoeuvres in the dark num momento de genuína e absoluta tranquilidade na voragem frenética da pista de dança. a edição em cd traz mais duas faixas do que a versão em vinil, por sinal as menos interessantes.

domingo, fevereiro 18, 2007

sleeparchive . hospital tracks [2X12" sleeparchive, 2006]

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O mistério em redor da identidade de Sleeparchive - simultaneamente nome de artista e de editora - sempre foi denso. A primeira versão indicava que seria um projecto comum de Richie Hawtin e Mika Vainio dos Pan Sonic. Fazia todo o sentido mas … não era verdade. Afinal talvez fosse só um tipo, desconhecido, proveniente dos Estados Unidos. Que não; afinal era alemão. De Frankfurt. De Colónia. De Munique. Na verdade é de Berlim, chama-se Stephan Metzger e já editou electro-pop como Skanform. Para complicar novamente o enigma, Roger Semsroth (o outro nome pelo qual é conhecido Metzger) diz que por vezes não é ele quem faz a música que edita e esclarece que isso pode perceber-se pela cor do vinil. Nada como verificar a prateleira de discos: “Hospital Tracks” foi editado em vinil normal, “Radio Transmission” também, “Research”, editado em 2005, surgiu prensado num muito suspeito vinil transparente. Conclusões? Não há. Fiquemos pela música. Inspirado pelo som característico de Plastikman (outra vez Richie Hawtin) da década de noventa e pelas edições mais recentes da editora Perlon (acima de tudo Ricardo Villalobos, mas também Melchior Productions), Sleeparchive é essencialmente influenciado pelas produções de Mika Vainio paralelas aos Pan Sonic. Oiçam “Aste” de Vainio – editado originalmente em 1992 e re-editado este ano – e comparem as (não) diferenças, na forma como os sons graves, austeros, gravados sobre uma base tecno quase primitiva, são manuseados sem qualquer vislumbre de componentes orgânicos ou sensibilidade humana.

“Hospital Tracks” ajuda a cimentar uma imagem de marca, ao mesmo tempo que, em faixas como “Diagnosis”, “Null Sekunden” ou no quase acid “Hospital03”, expande o universo tradicional de Sleeparchive para terrenos ainda não explorados. Este é o disco certo para quem está cansado de melodias, electrónica delicada e gravações de campo.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

blackbelt andersen . alfaz de pi [12" full pupp, 2006]

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Nos últimos anos a cena house de Oslo, capital da Noruega, foi contaminada pelo disco dos anos 70 e pelo funk espacial, dando origem a uma sonoridade única e característica que foi extremamente bem recebida nas pistas de dança de todo o mundo. Editoras locais como a Feedelity e a Trailer Park obtiveram um enorme sucesso com Lindstrom e os Kango’s Stein Massiv, respectivamente, e editoras como a americana Modal e a britânica Bear Entertainment ajudaram a espalhar a cena. A Full Pupp, fundada por Prins Thomas e Stevie Kotey, é uma nova subsidiária da Bear Entertainment e tem estado, nos últimos meses, ligada a algumas das mais interessantes edições da actualidade, renovando o space disco e reinventando o house via disco de contornos mais clássicos.
Após a remistura feita para a faixa “Göttsching” de Prins Thomas, Danny Blackbelt Andersen - a alcunha é para ser interpretada aqui em sentido literal, uma vez que Danny é cinturão negro de judo - regressa para espalhar a mensagem cósmica do disco. “Alfaz de Pi” é uma faixa de energia inesgotável, deep house à solta suportado em cowbells e numa linha de baixo de grau de acidez crescente, capaz de manter a dança sempre em polvorosa, após uns primeiros minutos, no mínimo, pouco prometedores. No lado B está o ouro: “Sandoz” reduz as batidas por minuto ao indispensável para manter a pista numa suave agitação, atmosfera baleárica ao máximo, baseada numa melodia quase melancólica de final de Verão. É um dos grandes temas do ano que agora terminou; quase tão bom quanto “I Feel Space” de Lindstrom havia sido em 2005.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

dubstep

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Martin Clark, na sua coluna mensal sobre dubstep e grime no site Pitchforkmedia (www.pitchforkmedia.com), resume o essencial: 2006 foi um ano excepcional para o dubstep, o ano da afirmação que muitas pessoas ligadas ao movimento pensavam nunca vir a chegar. O que foi que se passou entretanto, para que um género criado e seguido por uma reduzida comunidade de uma pequena parte de Londres tenha chegado, em pouco mais de 18 meses, aos meios de comunicação generalistas e aos ouvidos de uma fatia alargada de público que não consumia música electrónica desde o advento do trip hop? Desde logo, o sucesso da faixa de Skream, “Midnight Request Line”. Depois, o hype em redor das noites DMZ, editora ligada aos Digital Mystikz, que de dois em dois meses inundava de sub-graves as caves de Brixton enquanto revelava nomes como os de Skream, Scuba, Kode 9, Benga, Pinch ou Random Trio, gente cujo mérito era rapidamente comentado on-line, em blogs e fóruns. A cena conheceu impulso decisivo em Janeiro de 2006, quando Mary Anne Hobbs, importante DJ da BBC Radio 1, reuniu os nomes mais importantes num único show, intitulado Dubstep Warz. E depois houve os álbuns – essenciais para a afirmação de um movimento, que até aí nunca tinha saído dos soundsystems do Sul de Londres, numa cultura que privilegia os discos de longa duração. Apesar de todo o alarido em redor de Memories Of The Future, de Kode9+Spaceape, o primeiro disco a ser editado – “Burial” – é também o mais importante. Burial combina as subtilezas e as fragilidades da electrónica enraizada no dub de artistas como Pole ou Deadbeat, preenche-a com batidas fantasmagóricas, subfrequências mutantes e ruídos dispersos (a estática, a chuva, um vidro a partir) e elabora uma música sufocante, densa e inequivocamente urbana. É ele o porta-voz do movimento em 2006, o ano em que o dubstep rebentou.

Outras edições essenciais: Kode9 + Spaceape: Memories of the Future [Hyperdub]; Loefah: Mud [DMZ]; Digital Mystikz: Bury the Bwoy [DMZ]; Skream: Deep Concentration [Tempa]; e Boxcutter: Oneiric [Planet Mu].

(texto publicado originalmente no # 6 do jornal UM, no balanço das melhores cenas que acontecerem em 2006)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

love supreme . rocquet [12" tirk, 2006]

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a história anterior dos love supreme não é propriamente fascinante mas o trio tem a vantagem de ter crescido com o italo disco nas veias. "rocquet" e "pork chop express" são dois temas imprescindíveis: moroder com um coração ritmico orgânico (se é que podemos usar esta palavra neste contexto) sujo no lado a, quase dfa no lado b, simultaneamente clássico mas impossível de ouvir em qualquer outra época que não agora. simples e directo, do lado certo da barricada, para pôr ao lado das edições da dc recordings (kelpe, padded cell, the emperor machine) e de 2020 soundsystem.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

junior boys . so this is goodbye [cd domino, 2006]

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Last Exit
, disco de estreia dos canadianos Junior Boys, era uma mistura improvável entre a pop glacial e a delicadeza sintética, o tipo de música que era capaz de agradar aos amantes de canções, passar pelos fãs da electrónica mais cerebral e chegar aos nostálgicos dos anos oitenta. Dois anos depois, o duo constituído por Jeremy Greenspan e Mathew Didemus (Johnny Dark abandonou a banda entretanto) regressou com um segundo disco, So This Is Goodbye, mais centrado nas melodias e nas estruturas do que nos ritmos e nas suas texturas. Mais frio e melancólico do que o disco de estreia, So This is Goodbye continua a ser, ao primeiro contacto, a visão moderna da música pop sintética dos anos oitenta, revista pelos filtros digitais do r&b (Timbaland funciona como a principal referência), no ambiente pós-indústrial e descaracterizado de uma grande cidade. Last Exit ainda poderia ser considerado, com alguma boa vontade, um disco vagamente luminoso e dançável, um prelúdio para o tecno emocional de discos como o recente The Last Resort de Trentemoller, ou primo distante da música de tipos como Superpitcher ou Matias Aguayo. Jeremy Greenspan, em entrevista à revista espanhola Go, discorda: “Last Exit sim, era um disco frio, porque foi gravado inteiramente em computador, com o recurso a patches e módulos de som pré-existentes. Pelo contrário, em So This is Goodbye há mais instrumentos reais e isso introduz um toque humano que antes não existia. Uma das coisas que não me convencem no primeiro álbum é a excessiva carga barroca de alguns temas, todos aqueles detalhes que não levavam a parte nenhuma”. Desarmante. No entanto, a remoção de certos detalhes rítmicos explica a simplicidade sofrida que se pressente em So This is Goodbye, algo que as alusões ao amor, e sobretudo à falta dele, contidas nas letras confirmam. Ouvido o disco, resta a dúvida: será este álbum o testemunho conformado de uma relação amorosa falhada, reflectida nas águas dos Grandes Lagos? Um enorme embuste, resultado da confrontação bipolar entre as máquinas e o universo pessoal dos seus autores? No final de contas, só as canções importam. E essas nunca foram tão boas como aqui.

(texto publicado originalmente no # 6 do jornal UM, no balanço das melhores cenas que acontecerem em 2006)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

don't forget to go home!

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http://www.feiern-film.de

sábado, fevereiro 03, 2007

samim . eternally collapsing object [12" moon harbour, 2006]

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depois do sucesso de samin & michal e fuckpony, o suiço/iraniano samim estreia-se na editora moon harbour. três faixas relativamente curtas, sem rodeios, straight to the point, intensas, assentes em pausas estratégicas e num instinto ritmico mais do que eficaz. minimal funky stuff.