shit robot . wrong galaxy / triumph [12" dfa, 2006]

The latest release from DFA's ever virile stud-farm, Shit Robot (aka Marcus Lambkin) certainly knows his Carl Craig - with this mislabeled 12" (it says 33rpm... it isn't) harking back to his 69 days. Coated in the disco-fed predilection that is almost compulsive where James Murphy and Tim Goldsworthy are involved, Shit Robot combines an American-head with a European-body - taking it's cues from Detroit, Berlin and Cologne, then spinning it off in a breathless direction all of it's own. Pumped full of 909 and liberally dripping in handclaps, the A 'Wrong Galaxy' is a balls-to-the-wall fusion of techno and high-kicking disco, whilst over on the other 'Triumph' favours a slow-build of cyclical melodies and DFA rhythms that demands some hands-in-the air. Like you just don't care...

não me apetece escrever muito e o texto da boomkat deixa por uma vez o tom publicitário ("you must have!" "buy it now!") e acerta em cheio no alvo. shit robot é dfa não caracteristico da dfa mas que não poderia ser editado noutro sítio que não a dfa. faz sentido?
aqui está o link para o myspace (descoberta recente e que faz sentir um autêntico colombo a desembarcar num admirável mundo novo) de shit robot.

oliver huntemann . fieber [cd gigolo, 2006]

not too much to say.

oliver huntemann usa e abusa dos beats e dos synths num todo demasiado ouvido, hell em piloto automático ou chelonis r. jones mais ácido (não acid) e sem voz (ou terá voz? já não me lembro), em que nem os picos e as quebras são inesperadas.
capaz de funcionar na pista, em casa transforma-se em mais do mesmo. oportunidade para a gigolo se abrir a outros mundos, agora que a sua sonoridade típica se transformou num cliché.

mossa . some eat it raw [cd circus company, 2006]

mossa é mais um canadiano a juntar à lista de nomes provenientes desse país que merecem ser ouvidos; lista que inclui tipos como akufen, mathew jonson, matthew dear, jesse somfay e certamente mais um ou outro cujo nome não me estou a recordar neste preciso instante.
"some eat it raw" traça uma linha imaginária entre o minimalismo passivo/agressivo típico da kompakt e o groove de "my away" de akufen - disco magnífico, que pôs toda a gente a olhar para o micro (ou seja, para o que se estava a passar entre os intervalos dos beats), quando deviamos ter estado atentos ao house e às basslines capazes de pôr qualquer individuo a rodopiar em movimentos pélvicos.
* pausa para retomar folêgo *
em "some eat it raw" os exemplos de funk, house, glitch e minimal techno sucedem-se em faixas relativamente curtas e que, por isso mesmo, nunca cansam apesar dos truques serem todos revelados nos primeiros segundos de cada uma delas. hedonista, festivo e, em bom português, com um groove do caraças (alguém lhe chamou "groove assimétrico" e o conceito, apesar de abstracto, soa bem), é, desde já, um dos poucos ("the problem is not you, it's me") bons álbuns produzidos neste ano.

stereo - maio 2006

01. kango's stein massiv . lettbeint liten sak [12" trailerpark, 2006]
02. bjorn torske . NY lugg [12" smalltown supersound, 2006]
03. matmos . the rose has teeth in the mouth of the beast [cd matador, 2006]
04. v/a . a tom moulton mix [2xcd soul jazz, 2006]
05. shit robot . wrong galaxy [12" dfa, 2006]
06. cosmic sandwich . man in a box volume 2 [12" my best friend, 2006]
07. v/a . simon reynolds, rip it up and start again: postpunk 1978 - 1984 [cd v2, 2006]
08. padded cell . are you anywhere? [12" dc recordings, 2006]
09. troy pierce . 25 bitches vol.2 [12" m_nus, 2006]
10. jesse somfay . a closing out of the sky [12" archipel, 2006]

matt john . joker family park two [2x12" perlon, 2006]

dj e produtor alemão, matt john é um dos tipos mais activos deste inicio de 2006, com edições em netlabels como a textone [textone is an online electronic music magazine and label, manifesting itself in word and sound; a channel that lets ideas and expressions circulate freely in public, with the goal of generating an open exchange of thoughts and works within the electronic music community] ou a underl_ne.
sem ter ouvido ainda o recente 12" "behind the atoms", "joker family park two" é a sua revelação mais importante até à data, demonstrando uma apetência particular pela repetição de padrões rítmicos, adicionando pequenos pormenores que aumentam o efeito narcótico da sua música, num todo não muito distante das produções mais recentes de ricardo villalobos, que aliás co-produz a faixa que ocupa todo o lado a do primeiro disco. ouçam que vale bem a pena.
...
"being and riding" é do seu primeiro 12" ["was kommt nach montag"] de 2006. mais mecânico e com um som bem mais granulado do que "joker family park two", é tão minimal, tão minimal que nove minutos depois do inicio da faixa parece que nada aconteceu ou mudou entretanto. a ouvir, com algumas reservas, só para apreciadores e assim.

imperfect sound forever

"people are forgetting how to listen, and who can blame them? music is ubiquitous—it pervades every shop, every café, every workplace, every restaurant, every television programme, and every film. it is pervasive to such an extent that some of us, who would profess to love music, find ourselves trying to actively avoid it during the day so that we can more fully enjoy it when we choose to, when we know we can appreciate it. increased availability and increased choice do not equal increased quality—we're taught that we can have everything we want, but not taught how to decide what we want."

em stylusmagazine.com, roubado ao blog do jorge manuel lopes.

v/a . james holden at the controls [2xcd resist, 2006]

uma questão curiosa: quanto mais vou ouvindo música, menos tendência tenho para gostar de um álbum do principio ao fim e mais vou gostando de ouvir músicas soltas. se calhar por isso compro cada vez mais mix cds.
o primeiro disco de "james holden at the controls" começa por ser uma viagem entre a idm mais abstracta e a pista de dança. provavelmente, quem chega a este disco sem saber ao que vem, perde a paciência para o início em suave estado líquido, lentamente preparando o terreno para a remix que apparat fez para "charlies house" de nathan fake (melhor remix do ano, hoje). a viagem direccionada para a dancefloor tem retorno e quando o set - o disco foi gravado como se se tratasse de uma sessão ao vivo, num único take - termina com "rivers of sand" de fennesz a sensação é semelhante a névoa marítima que no verão envolve, à noite, os candeeiros das ruas.
o segundo disco ainda não ouvi.