deepchord presents echospace . the coldest season [cd modern love, 2007]

"the coldest season" pode ser entendido como o esqueleto da reverbação dub sentido na profundidade submersa de uma piscina ou, em alternativa, como uma colaboração entre tim hecker e os tipos da basic channel (já existe, embora em sentido não literal e chama-se jetone). "ocean of emptiness" extende os limites do espaço onde nada acontece para lá do desejado mas, só assim, o ressurgimento do ritmo faz completo sentido, como um casal separado há demasiado tempo que se reencontra finalmente, 10 anos depois, na mesma pista de dança onde se conheceram, de novo afastados de tudo. dub, partículas electrónicas, poeira digital, camadas sobrepostas de ruído e groove, "the coldest season" não é bom, nem sequer muito bom. é melhor do que isso.

burial . archangel

nas últimas semanas ...

01. burial . untrue [cd hyperdub, 2007]
02. andy stott . hostile [12" modern love, 2007]
03. portable . powers of ten [cd süd electronic, 2007]
04. skream . sub island [12" souljazz, 2007]
05. sharon jones & the dap-kings . 100 days, 100 nights [cd daptone, 2007]
06. deepchord presents echospace . the coldest season [cd modern love, 2007]
07. strategy . future rock [12" community library, 2007]
08. tundra . the rivulet [12" manual, 2007]
09. still going . still going theme [12" dfa, 2007]
10. james murphy & pat mahoney . fabriclive 36 [cd fabric, 2007]

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interview with matthew dear

baby oliver . feelings 2 [12" environ, 2007]

em "hypochondriac" baby oliver cantava qualquer coisa como "you think you’re sick of me - but you’re a hypochondriac" e um tipo, lá está, lamentava não se ter lembrado de dizer isso antes. agora o lema é "you just give me sex when I need a love fix - and you know that's not the same".

escusam de procurar um "Feelings 1" - tal coisa não existe. "Feelings 2" é a continuação para a letra citada acima ("i've got feelings too" remata oliver, como quem acabou de descobrir que saiu de uma experiência amorosa péssima para outra ainda pior) cantada num contexto de disco distorcido e mutante, algures entre os new order dos primeiros tempos (talvez a influência mais óbvia), prince e depeche mode.

desconheço se baby oliver é mesmo um alter-ego de morgan geist, se isso se trata apenas de um boato ou se saber isso chega, sequer, a ser importante. sei que baby oliver tem um jeito especial para o refrão certeiro.

john tejada . wavescraper [12" palette recordings, 2007]

não. john tejada não é o nome de um novo piloto colombiano de fórmula 1.

gosto da forma discreta como tejada se movimenta - discografia longa, a começar ainda o bi-bota de ouro fernando gomes jogava no fcporto, multi-disciplinar, que tão depressa vai ao post-rock (rock instrumental, quase sempre chato e quadradão, tejada para variar também não foge a este padrão) como à electrónica ... erm... para dançar.

aqui "simmetry" é o tema a não perder - o que faz com que esta seja a segunda faixa tremenda a sair nas últimas semanas com a palavra "simmetry" no nome, depois de "unfinished simmetry" de redshape.
pouco ou quase nada para a pista, apesar de swingante, "simmetry" começa tensa e acaba lúdica, começa num maldito sábado de manhã ressacado e chuvoso e acaba num feriado de novembro (também não há assim muitos) cheio de sol, juntos, eu e o john, a comer castanhas no parque enquanto a esposa vende os cristais numa loja de penhores.

tejada não segue modas nem tendências, nem nunca será famoso porque 1) não é bonito 2) já anda nisto há demasiado tempo 3) se está nas tintas para o que é trendy e faz a sua própria cena - no caso techno/house que, de repente, se passou a chamar minimal para legitimar a cena junto dos indies, normalmente alérgicos à palavra techno (um dia explicarei melhor esta ideia).

old school (2)

kc flightt . planet e