quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Steve Barnes & Riley Reinhold . Odyssey (12" My Best Friend, 2004)



A reputação de Steve Barnes eclodiu no ano passado com "Cosmic Sandwich", vinil de apenas um lado, num longo tema com mais de dez minutos de disco mutante, palmas, vozes distorcidas (dos Detroit Grand Pu Bahs, penso eu) e uma versão extensa de psicadelismo em constante evolução. Techno house progressivo ou algo assim no género.
Ignorando a sua produção como Process - da qual exceptuando 'Boll', tema que estava incluindo na compilação "Elektronische Musik 3", conheço muito pouco - saltei directamente para este 12 polegadas, gravado a meias com o seu parceiro habitual, Riley Reinhold aka Triple R.
"Odyssey" é um movimento perpétuo, compacto e inesgotável, que a si próprio se sustenta, dia e noite, num eterno alimentar das fornalhas, resultando num techno funky de groove irresistível e sabor a metal.
No lado B, "Memories" faz sobressair o rumor subterrâneo da maquinaria, um ruído contínuo que impregna a consciência do ouvinte e o conduz a um inevitável estado de letargia pachorrenta. É a face ambiental de Barnes & Reinhold - com um hook de guitarra hipoteticamente reminescente da altura em que Barnes editava na FatCat - abrindo caminho para "Mondrian" que, apesar de ser anterior a "Odyssey", só esta semana deve chegar a minha casa, via juno ou boomkat, já nem sei bem.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Atmosphere . Headshots: Se7en (Rhymesayers . 2005)



Rewind.
Resultado de uma bem sucedida joint-venture entre a Rhymesayers e a Epitaph, "Seven Travels" - disco editado em 2003 - vendeu mais de 100.000 cópias só nos EUA e colocou os Atmosphere (Slug[MC] + Ant[DJ]) na MTV, na Warped Tour e nas listas de downloads do iPod. Poster boy do underground, Slug surge de repente nas margens do mainstream e a sua perda (ou não) de street credibility - valor sagrado por qualquer backpacker que se preze - suscitou discussão acesa entre os fãs de sempre.
É neste contexto que o volume 7 da série Headshots ajuda a restabelecer a credibilidade perdida, reunindo pela primeira vez em CD e num único disco os primeiros seis Headshots, editados no período de tempo que decorreu entre a edição de "Overcast"(96) e o EP "Lucy Ford"(99) e disponíveis até ao momento apenas em cassete.
Instrumentalmente o disco é pouco mais do que boom bap sobre os samples tradicionais: jazz, funk, soul, bandas sonoras, o ritual de lo habitual. Mas é nas rimas, no flow e nos skills de Slug que se percebe o caracter excepcional dos Atmosphere. MC absolutamente extraordinário, Slug balança entre o tom de battle rhymer de fôlego ilimitado e punch lines corrosivas e uma perspectiva marcadamente pessoal baseada em letras introspectivas e auto-depreciativas até ao âmago. Slug surge assim como o narrador da sua própria desgraça, contada com um distanciamento critico, uma ironia e uma amargura cínica pouco habitual no universo do hip hop.
Mais cru e menos imediato do que "Seven Travels", "Headshots: Se7en" mantém o culto em alta, capitaliza o sucesso recente e faz a ligação com o novo disco com edição prevista já para o Outono de 2005.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Net diggin'




Por pouco mais de 15 euros na amazon.co.uk .
Corre-me bem a vida.