love songs of the hanging gardens

a mais recente edição da environ analisada por philip sherburne e uma entrevista com kelley polar na stylusmagazine.

atom™ . acid evolution 1988 - 2003 [cd logistic, 2005]

atom™ é um dos pseudónimos mais conhecidos de uwe schmidt, irreverente personagem da música electrónica e detentor de um conjunto de disfarces maior do que a lista de lesionados do (ptuf) benfica.
[señor coconut
flanger
geeez 'n' gosh
erik satin
lassigue bendthaus
los sampler's
midisport
naturalist
bund deutscher programmierer
flextone
...]
"acid evolution" é uma selecção dos seus temas acid preferidos, editados entre 1988 e 2003, ordenados cronologicamente e remasterizados pelo próprio. ao incluir edições esgotadas de nomes obscuros como dj roxy, phresh phantasy, dj marco favati, paul vanderstukken ou takeshi onda, "acid evolution" revela-se como uma retrospectiva de incalculável valor histórico, imprescindível para militantes do movimento acid, coleccionadores de raridades ou simples curiosos.

e no entanto nada disto é verdade.

"acid evolution" é uma compilação de falsos clássicos acid. na realidade todas as faixas são produzidas pelo próprio atom™, provavelmente em tempos recentes e gravados [especulação] enquanto o diabo esfrega um olho.
o ponto principal a favor do disco é que atom demonstra um profundo conhecimento da causa e apresenta um resultado que está para além de qualquer limite temporal, tal e qual a visão em paralelo de um emulador moderno de jogos de spektrum ligado a um ecrã plasma.
ultrapassado o momentâneo entusiasmo acid do inicio do verão, "acid evolution" prolonga - no tempo e no espaço que dura cada tema - a exuberância formal do género.

stereo - novembro 2005

01. heartthrob . time for ensor [12" minus]
02. lindstrøm & prins thomas . lindstrøm & prins thomas [cd eskimo]
03. digitaline . rubicube/belladonna [12" cadenza]
04. sasse . gota / do robots have soul? [12" mood music]
05. atom TM . acid evolution 1988-2003 [cd logistic]
06. wighnomy brothers . gabor für [12" mute]
07. andi teichmann . fades [2xlp festplatten]
08. ultrakurt . en short [12" foundsound]
09. stereolab . interlock [7" too pure]
10. chelonis r jones . dislocated music [cd get psysical]

deaf center . pale ravine (cd type records, 2005)

Deaf Center are two Norwegian friends Erik Skodvin and Otto Totland. Old school friends, they finally decided to write music together and ended up creating the phenomenal 'Neon City' EP.
'Pale Ravine' is the long awaited full-length realization of Erik Skodvin and Otto Totland's musical ideals. Taking up where 'Neon City' left off with it's epic sound collages and textural soundscapes, 'Pale Ravine' manages to provide a sound altogether more Lynchian and grimly cinematic. Using influences from further back in their lives, the two Norwegian musicians have looked deep into their own family histories to piece together a dusty and nostalgic epic.
Inspired by old silent 8mm film reels, the historical architecture around them and the call of the alluring Norwegian landscape, the duo set out armed with microphones to record whatever they could to capture these feelings. Sounds from battered old records, cash registers, broken machines and a half-dead piano were all blended into the mix to add a warm, homely depth to the recordings.
One of the most stand-out influences on 'Pale Ravine' is theatre, or at least the romance of all things theatrical. Not so much theatre in all its pretentious excesses, but the childhood apprehensiveness and the sinister undercurrents. From the muffled ticket booth ambience of 'Lobby' to the solemn dance of 'White Lake' it all appears draped in thick billowing velvet. The dense narrative technique the duo employs is almost like a reverse to a silent film - the soundtrack is provided to be accompanied by the imaginative visuals of the listener.
'Pale Ravine' is an album which again manages to blend elements of classical music with electronic music, yet there is something decidedly different which sets it apart from the competition. While there are elements that can be compared with contemporaries such as Max Richter, Marsen Jules or Ryan Teague - Deaf Center is altogether more other-worldly, darker and ultimately very rewarding.
técnica de cut/copy/paste aplicada directamente do press release da editora para este blog.

música inquietante, nostálgica e desafiadora, só um enorme esforço de memória me permite recordar outro disco de electrónica "abstracta" - i.e. idêntica forma de dizer "sem beats" - editado nos últimos tempos, com tamanha capacidade para provocar sensações de alguma forma equivalentes.
'pale ravine' assume assim uma função paliativa, numa altura em que a necessidade de diminuir a velocidade das bpms até ao ponto em que estas praticamente deixam de existir começava a assumir contornos obrigatórios.

pier bucci . familia (cd crosstown rebels, 2005)

bewildering conflation of minimal electro, techno dub, house and digital disco

pier é mais um membro da chile connection revelado ao mundo através da compilação 'ruta5 : austral', editada em 2000.
após uma não muito extensa actividade de colaborações - da qual se destaca a produção de 4 temas incluídos em 'blind behaviour' de luciano nicolet - 'familia' é a sua estreia em álbum na label de damian lazarus.
tal como os seus compatriotas villalobos e luciano, pier associa o rigor rítmico germânico com o sentido melódico efusivo caracteristíco da música sul-americana; um sentido vital no gelo, outro no fogo.
'familia' não é um disco fundamental - como 'alcachofa' ou 'thé au harem d'archimède' o são - embora, à décima escuta repetida, o ouvinte comece a ter essa ilusão. o que sugestiona a imagem de um jogo de espelhos em que o que se vê reflectido não é exactamente aquilo que se repara numa rápida olhadela e onde cada fragmento é apenas uma peça da imagem global. Nada - mas mesmo nada - mau para disco de estreia.