sábado, janeiro 08, 2005

Sten . Leaving The Frantic (Dial, 2004)



Sten é Peter Kersten (co-fundador da DIAL e que também edita como Lawrence) e "Leaving The Frantic" é o seu primeiro álbum, após alguns EPs bem sucedidos, que faziam parte das playlists de gente como Sven Väth, Tobias Thomas e Andre Galuzzi.
A palavra frantic do título traduz o exacto instante em que a multidão na pista de dança demonstra, de forma efusiva, que está na presença da música certa no momento certo. Kersten explora de forma eficaz um conjunto de harmonias implementadas e extendidas sob diversos ângulos contíguos e alterações rítmicas quase invisiveis, numa música que paradoxalmente (ou nem tanto) está em constante mutação.
Esta intersecção entre momentos repetitivos - inspirados no house, no acid e no techno de detroit - que induzem à actividade física, com a paz entrópica de afectos gastos e emoções esgotadas, é a chave que permite interpretar as intenções de Kersten: abandonar o frenesim da pista de dança e construir a musica - metronoma, minimal, urbana - que povoa os sonhos tecnológicos do futuro. "Leavin the Franctic" será assim a banda sonora para um romantismo glacial, não se afastando das premissas essenciais que fazem uma música funcionar na dancefloor. Um pé na pista, outro como metáfora do esgotamento sentimental da vida moderna, uma espécie de pulsar das funções vitais sentidas num ambiente impessoal e asséptico.

All time classics, Peter Kersten:
Mayday . It Is What It Is (Transmat, 1988)
Adonis . No Way Back (Trax, 1986)
Villalobos . Dexter (Playhouse, 2003)
Lil Louis . WhyOd You Fall (CBS, 1990)
Armando . World Unknown (Warehouse, 1988)
Mood To Swing . All Night Long (Groove On, 1996)
Carsten Jost . PinkSilver (Sender, 2002)
Bodo Elsel . Fantasie Mädchen /Mayer Remix (Playhouse, 1999)
1East 17 Division . Textures (Big Sound Works, 1992)