Greg Davis . Curling Pond Woods
Laptop folk. Música acústica, maioritariamente instrumental; influências de Beach Boys, Nick Drake e da psych-folk da Incredible String Band; esboços electrónicos, drones discretos,e - à falta de uma tradução para português que não seja ridícula - field recordings de grilos, pássaros e outros animais adoráveis.
'Curling Pond Woods' resvala perigosamente para a iminente catástrofe auto-tolerante de quem se encontra preso numa teia formada pelos lugares-comuns do género, mas acaba por se salvar, quase no derradeiro instante, graças a um milagroso golpe de asa que dá pelo nome de 'Curling Pond Woods' (a música, não o álbum): seis minutos perfeitos que começam num bosque, com guitarra acústica e piano, passam por uns breves instantes de drones cacofónicos e desaguam numa melopeia primaveril, feita à base de slide guitar, instrumentos de sopro e palminhas joviais. Uma espécie de conto do Capuchinho Vermelho, mas com um final feliz ... para o lobo. Esta música confere o pretexto para dar uma segunda oportunidade a um disco que parecia perdido mas que, numa nova perspectiva, se revela como uma experiência mística/intima/emocional bem mais consistente e compensadora do que uma primeira audição desatenta fazia prever. Electrónica bucólica e campestre, mas feita de uma simplicidade corrompida. A edição é da Carpark.
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