terça-feira, dezembro 27, 2005

2005

londres, fabric, cargo, koko, seinfeld, passos manuel, proevolutionsoccer4, million dollar baby, closer, 5X2, villalobos no sá da bandeira, m.a.n.d.y. no indústria, the life aquatic with steve zissou, souljazz soundsystem em serralves, black dice em serralves, o porto na primavera, lcd soundsystem na casa da música, steve barnes, the office, extras, acid revival, bairro alto, seven days in sunny june na zambujeira do mar, os novos amigos, os velhos amigos, o casamento dos velhos amigos, wrong baby love de colder, licor beirão, we want more cocaine, juan atkins, arcade fire e pixies em paredes de coura, mathew jonson, casablanca, trentemoller, o regresso de andrei zviaguintsev, lucho, quaresma, diego e lisandro, the end of the affair de graham greene, juno.co.uk, vladimir nabokov, bazaar, jesse somfay, serra da arrábida, flur, philip roth, faço aquilo que gosto, optimo presents psyche out (best mix ever), wallace & gromit, philip sherburne, amerie one thing, annie chewing gum, mia galang (galang galang), mars arizona dfa remix, hollaback girl diplo remix, window shopper 50 cent, drop it like its hot, signs snoop dogg + justin, no cars go arcade fire, can i have it like that pharrel, the game hate it or love it, os tipos do glasgow rangers (we lose, lucky bastards), a bout de souffle, fail.net, nathan fake, a rota do chá, matéria prima, louie louie, jorge manuel lopes, hit da breaks, minimal land, sa ra creative partners na casa da música, almoços/jantares tardios no cunha, carl craig, argentina, dominik eulberg, amazon.co.uk, proevolutionsoccer5, larry david, maus hábitos, boomkat, heart throb e a sandra.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

lindstrøm & prins thomas . lindstrøm & prins thomas [cd eskimo, 2005]

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da mailing-lust da FLUR:Os dois produtores noruegueses têm assinado um número impressionante de maxis, remisturas e re-edits em 2004 e 2005. Quando se começa a pensar "já chega" aparece outro disco que adia a atracção pela queda de mitos que tão bem descreve a atitude contemporânea de quem gosta de sentir todos os outros ao nível do tocável (por oposição a intocável). Para simplificar: Lindstrom e Prins Thomas ainda não deixaram de fazer discos incríveis, ou, no mínimo, muito bons desde que, por algum motivo, atingiram o nirvana Disco. A escola improvável que percorre a música de uma ponta à outra (folk a metal) enriqueceu duas cabeças demasiado ocupadas com 60's, 70's e 80's para se preocuparem muito com a pressão do novo. No entanto, o álbum homónimo de L & PT contém alguma da música mais futurista que ouvimos este ano. A combinação de classicismo Disco (Filadélfia, 1970's) com Espaço, Ibiza, chic nórdico e comunas krautrock pode nunca mais ter sido ouvida desde «E2-E4» de Manuel Göttsching, pode estar preenchida com referências passadas mas a produção dos dois noruegueses faz com que a sua música inscreva um novo horizonte para contemplar. E parece real. Os rasgos do novo rock, da revolução electro, noise e abstraccionismo electrónico parecem subitamente exercícios de estilo fúteis quando comparados com a pura musicalidade sem ironia neste disco fora de moda. A sugestão exacta de psicadelismo acrescenta drama à música, assim como os coros que aparecem sem se perceber e a ambiência oriental que ameaça estragar tudo quando, já com os olhos fechados à espera do pior, sentimos na verdade que o horizonte de que falávamos ficou mais largo. Tudo clássico. O álbum tem 12 faixas geniais e uma décima terceira absolutamente intragável, sub-Enya, desnecessária, ou então perfeita para aquele momento íntimo da noite em que já não interessa sequer desligar o som. Gasp.

outras referências incluem nomes como o dos air, giorgio moroder ou tortoise.
o que parece [e é] incrível em "l & pt" é a forma como tudo parece resvalar para a simples música de fundo, onde os clichés abundam com a elegância subtil de um martini ingerido junto a uma piscina [bonita e muito original imagem] mas sempre do lado certo da barricada. lembremos, por exemplo, o entusiasmo com que recordamos séries lamentáveis como, numa escolha aleatória, miami vice, só que em música. ou seja, aquilo que poderia ser, sem grande esforço, um dos discos mais marcantes [à falta de termo exacto opta-se também aqui por um cliché] da nostalgia do inicio da adolescência torna-se, por oposição, num disco com uma dimensão contemporânea desarmante.
"l & pt" é, por tudo isto e excluindo a tal faixa treze, o melhor disco da década de 80 deste ano.