Feliz 2005

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50 álbuns para 2004

!!! . Louden Up Now (Touch And Go)
Ada . Blondie (Areal)
Air . Talkie Walkie (Astralwerks)
Alter Ego . Transphormer (Klang Elektronik)
Âme . Âme (Sonar Kollektiv)
Animal Collective . Sung Tongs (Fat Cat)
Beastie Boys . To the 5 Boroughs (Capitol)
Blockhead . Music By Cavelight (Ninja Tune)
Booka Shade . Memento (Get Physical Music)
Clouddead . Ten (Ninja Tune)

De La Soul . The Grind Date (Sanctuary Union)
Dizzee Rascal . Showtime (XL)
DJ Signify . Sleep no More (Lex)
Dominik Eulberg . Flora & Fauna (Traum Schallplatten)
Fennesz . Venice (Touch)
Gabriel Ananda . Tai Nasha No Karosha (Karmarouge)
Goudron . Raw Voltage (Ersatz Audio)
Hacker, The . Rêves Mécaniques (Different Recordings)
Jake Fairley . Touch Not The Cat (Dumb Unit)
James T. Cotton . The Dancing Box (Spectral)

Jill Scott . Beautifully Human (Hidden Beach)
Junior Boys . Last Exit (Kin)
Kanye West . The College Dropout (Roc-A-Fella)
Le Dust Sucker . Le Dust Sucker (Plong!)
Madvillain . Madvillainy (Stones Throw)
Matthew Dear . Backstroke (Spectral)
Melchior Productions . The Meaning (Playhouse)
Michael Mayer . Touch (Kompakt)
Misc . Crunch Time (Sender)
Moodyman – Black Mahogany (Peacefrog)

Mos Def . The New Danger (Geffen)
Mylo . Destroy Rock & Roll (Breastfed Recordings)
Oliver Hacke . Subject Carrier (Trapez)
Pantha Du Prince . Diamond Daze (Dial)
Putsch '79 . Putsch (Clone)
Ricardo Villalobos . Thé Au Harem D'Archiméde (Perlon)
Richard Bartz . Midnight Man (Gigolo)
Robag Wruhme . Wuzzlebud "KK" (Musik Krause)
Rotating Assembly, The . Natural Aspirations (Sound Signature)
Sixtoo . Chewing on Glass & Other Miracle Cures (Ninja Tune)

Smash TV . Bits for Breakfast (Bpitch Control)
Spektrum . Enter The...Spektrum (Playhouse)
Sten . Leaving The Frantic (Dial)
Superpitcher . Here Comes Love (Kompakt)
Terrestre . Secondary Inspection (Static Discos)
Thomas Brinkmann . Tokyo + 1 (Max Ernst)
Tigerskin . Back In The Days (Resopal)
Tim Hecker . Mirages (Alien 8)
Triola . Im Funftonraum (Kompakt)
Vladislav Delay . Demo(n) Tracks (Huume)

50 singles/EPs para 2004

2 Dollar Egg . Graphit (Klang Elektronik)
Abe Duque . What Happened (Abe Duque Records)
Alter Ego . Daktari (Villalobos/Robag Wruhme rmxs) (Klang Elektronik)
Audion . The Pong (Spectral)
Black Strobe . Chemical Sweet Girl (Output)
Claro Intelecto . Section (Ai Records)
Copacabannark . To Beach Or Not To Beach (Perlon)
Dahlbäck & Dahlbäck . Sweden 1 Canada 0 (Turbo)
Daniel Wang . Berlin Sunrise (Ghostly International)
Donnacha Costello . Mustard (Minimise)

Duplex 100 . Bipolar (Treibstoff)
Frank Martiniq . Wizkaz (Sender Records)
Horror Inc . I Plead Guilty (Perlon)
In Flagranti . Just Gazing (Tigersushi)
Jorge Gebauhr - Living In Another Body (Traum Schallplatten)
Justice vs Simian . Never Be Alone (Gigolo)
Kim Peers . Tell Me More (Gigolo)
LCD Soundsystem . Yeah (DFA)
Lionel Hampton . Vibramatic! - Revisited Series Part IV (Crippled Dick Hot Wax!)
Mathew Jonson . Love Letter To The Enemy (Itiswhatitis Recordings)

Mathew Jonson & The Mole . Moss Rocks (Arbutus)
Metope . Testcrash (Sender)
Metro Area . Metro Area 5 (Environ)
M.I.A. . Sweet November (Sub Static)
Mike Shannon . Sublet (Logistic)
Mikkel Metal . Sorano (Echocord)
Mu . Paris Hilton (Output)
Munk . Kick Out The Chairs (Gomma)
Murmur & Bovill - Contour (Meanwhile)
New Order . Blue Monday / Confusion - Acid House Mixes By 808 State (Rephlex)

Panash . Unicorn (Atavisme)
Pixeltan . Get Up / Say What (DFA)
Recloose . Cardiology (Isolée Mix) (Playhouse)
Rex The Dog . Prototype (Kompakt)
Robag Wruhme . K.T.B. (Sonar Kollektiv)
Secondo . It's Any Late Time (Dreck Records)
Seelenluft . You Come Along (Klein)
Simon Says Vs. Chloé . Simon Says Vs. Chloé (Battle)
Snoop Dogg feat. Pharrell . Drop It Like It's Hot (Geffen)
Stefan Schrom . I Feel For U (Boxer Recordings)

Steve Barnes . Cosmic Sandwich (My Best Friend)
Steve Barnes & Riley Reinhold - Odyssey (My Best Friend)
Tekel . Ridvo (Initial Cuts)
Thomas Fehlmann . Little Big Horn (Kompakt)
Tiefschwarz . Blow (Gigolo)
Tiga . Pleasure From The Bass (PIAS)
Ty . Oh U Want More? (Big Dada)
Unit 4 . Bodydub (Clone)
Voltique . Whoop (Get Physical Music)
Zoo Brazil . Walk Right Back (Get Physical Music)

Amanhã é a vez dos álbuns.

25 compilações para 2004

Akufen . Fabric 17 (Fabric)
Amon Tobin . Solid Steel (Ninja Tune)
Bully: Lunch Money Singles (Bully Records)
Channel 3: A Compilation Of Output Recordings (Output)
Chicago Soul: The New Sound of Chicago in the 1960s (Soul Jazz)

Coldcut . Lifestyles 2 (Harmeless)
DFA Compilation #2 (DFA)
Elektronische Musik . Interkontinental 3 (Traum Schallplatten)
Grime (Rephlex)
Headman . Presents Dance Modern (Eskimo)

I-Robots : Italo Electro Disco Underground Classics (Irma)
Ivan Smagghe . Suck My Deck (React)
Kenny Dope . Lifestyles 3 (Harmeless)
Kompakt 100 (Kompakt)
Marvel Of Marvin (Harmless)

Morgan Geist . Unclassics (Environ)
Mutant Disco : Garage Sale Vol.3 (Ze)
Nicky Siano's The Gallery: Original New York Disco '73 - '77 (Soul Jazz)
Optimo & Espacio . How To Kill The DJ [Part Two] (Tigersushi)
Sound Of Philadelphia, The (soul jazz)

Special Musick for Special People (Shitkatapult)
Speicher cd2 (Kompakt)
Stones Throw 101 (Stones Throw)
Tiefschwarz. Misch Masch (Fine Records)
Volga Select Presents So Young But So Cold (Tigersushi)

125 discos para 2004

Ou um ataque de megalomania.
Hesitei um pouco antes de iniciar esta ocupação.
Em primeiro lugar porque isto não tem assim tanta piada quanto aquilo que parece.
Em segundo lugar porque rebuscar prateleiras, escolher, eliminar, voltar a escolher e voltar a eliminar (e ficar com 83 discos quando queria apenas 50 e ter que fazer tudo de novo) nunca é uma tarefa definitiva.
Em terceiro lugar porque em todos os meses de Dezembro as listas são tantas que francamente já ninguém tem paciência para a conversa dos "melhores do ano".
Finalmente, porque ficaram muitos discos por ouvir. Imagino-me num futuro próximo, qual Homer Simpson a fazer "D'oh!", de cada vez que descobrir um álbum espantoso ou uma música estupenda que não fui a tempo de ouvir este ano.
Encarem os seguintes posts não como uma lista dos melhores de 2004 mas como discos que merecem ser ouvidos. Tanto podiam ser estes como outros quaisquer. Tanto podia ser no final do ano como noutra altura qualquer. A diferença é que estes são escolhidos por mim (wow!) e a escolha coincide, por... ah...hum... mero acaso, com o final do ano.
O resultado da tarefa vai sair por ordem alfabética e dividida em compilações, singles e álbuns, se tudo correr bem, entre hoje e sexta-feira.
Ou seja, encontrei um bom pretexto para escrever posts em três dias consecutivos. :)
Comentários, observações e/ou sugestões podem ser enviados para o endereço de mail indicado aqui ao lado.

Khonnor . Handwriting (Type, 2004)

Álbum de estreia de Connor Kirby-Long, americano nascido em 1986 na cidade de Vermont, "Handwriting" recebeu diversos elogios da critica, que lhe valeram comparações com o disco de estreia dos Boards of Canada e, pelo menos, uma catalogação hiperbólica como "obra-prima".
No booklet, Connor agradece (supõe-se que como fonte de inspiração) aos Pixies, My Bloody Valentine, Radiohead, Sonic Youth, Morrissey, Jim O'Rourke e a anyone i may have forgotten (esqueceu-se dos Slowdive, por exemplo) mas, para ter uma ideia mais concreta de "Handwriting", deve-se imaginar "Dreams Top Rock" - disco do ano passado de Pluramon com a voz de Julee Cruise - ou "Transit" - tema do álbum "Venice" de Fennesz, cantado por David Sylvian.
Valha a verdade que a coisa resulta razoavelmente bem em "Dusty", "Crapstone" e "Kill2" - melodias acústicas simples, alteradas por ruídos electrónicos, distorção e estática - mas, numa segunda metade de disco mais fraca, Khonnor parece deslumbrado com as suas próprias capacidades e suposto talento. Faixas como "I Was Everything You Wanted Until I Quit" (ah... a angústia existencial da adolescência) ou "The Stoned Night" resvalam para a estopada e retiram ao ouvinte toda e qualquer capacidade de encantamento que os momentos anteriores poderiam ter dado.
Khonnor tem capacidade e engenho para arquitectar momentos sentimentais e paisagens evocativas mas falha na construção de um mundo próprio, como se as suas memórias e mágoas (cicatrizes) ainda fossem demasiado imaturas para se sobreporem à simples execução técnica. O que se lamenta, porque eliminando os momentos inconsequentes e com um pouco mais de amadurecimento das boas ideias que contém, "Handwriting" poderia ser um EP imprescindível.
Disse bem. Um EP.

Dominik Eulberg's top ten . Dez/2004

André Kraml . Safari (Holden Remix)
Rocco Branco . Kapital (Misc. Remix)
The Vegetable Orchestra . Radish (Gabriel Ananda Remix)
Dinky . Acid in my fridge (Tobi Neumann Remix)
Wighnomy Brothers . 3 Fachmisch EP
Gabriel Ananda . Tai nasha nu karosha (Dominik Eulberg Remix)
DJ Koze . Late check out
Michael Mayer . Neue luthersche Fraktur
John Tejada . Mono on Mono
Jan Autobahn . Trakto
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em dominik-eulberg.de.
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Inclui:
Misc. a remisturar Rocco Branco, um alias de Eulberg.
Gabriel Ananda a remisturar The Vegetable Orchestra.
Dominik Eulberg a remisturar Gabriel Ananda.
Edições recentes de DJ Koze, John Tejada e Wighnomy Brothers.
"Neue luthersche Fraktur" retirado do álbum de Michael Mayer.
A estreia de Jan Autobahn na Trapez.

Isto enquanto não chegam as listas de final do ano...

Disco Not Disco

Por razões várias só hoje pude ler o Y da última semana e o texto do Vítor Belanciano sobre a "vingança" do disco e a consequente revitalização recente do género.
Se os Metro Area e os Scissor Sisters são a faceta mais visível deste "revivalismo", não podemos esquecer figuras como Putsch 79, Tigerskin, Daniel Wang ou mesmo os Idjut Boys, na actualização recente de um género com quase trinta anos e na incorporação do hedonismo tipico dos 70's nas mais modernas linguagens da música de dança. Isto numa altura em que a dicotomia electrónica + atitude rock parece estar definitivamente esgotada e em que os piores momentos do disco original são analisados pelo seu lado folclórico e estão já demasiado distantes para ainda incomodarem a consciência do bom-gosto.
O texto assume a contextualização sociológica do fenómeno disco e a descrição pormenorizada das suas raízes, figuras e locais mais importantes a partir dos quais se disseminou a febre que atacou em força na década de 70 (documentada, por exemplo, no filme "Summer Of Sam" de Spike Lee).
No entanto a importância fundamental do disco podia-se resumir no parágrafo que encerra o texto principal.
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"Toda uma geração cresceu rodeada dos mesmos estigmas. Tinham-nos dito que era música funcional sem carácter - como se existisse música séria para escutar em casa e música irrelevante para a pista de dança. Afinal, com o "disco" começámos a perceber que a mente também baila e o corpo também pensa. A música moderna nunca mais foi a mesma."
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Nota: A propósito de disco não deixem escapar os mp3's que o Dub disponibilizou no HdB.

Frozen World

Procedimento: escolher 10 ou 12 discos e deixar correr em random mode no winamp, deste modo construindo mashups aleatórios que podem ir de John Fahey a Vince Watson, percorrendo um longo caminho que pode passar por Biosphere ou Tom Waits.
A piada disto é que muitas vezes a aceitação ou a rejeição de uma determinada música é feita sem saber do que se trata e sem qualquer tipo de preconceitos baseados em, passe o pleonasmo, opiniões à priori.
Se, por motivos óbvios, este esquema não funciona quando se ouve a inconfundível voz de Tom Waits, é desta forma que rejeito à partida muitas coisas que me chegam aos ouvidos após ter lido criticas magnificas (Dead Combo, assim de repente), descubro que o "Mirages" de Tim Hecker pode ir muito bem com o "Triola im Fünftonraum" de Triola e foi assim que tropecei quase sem dar conta em "Frozen World" de Peter Grummich.
Esqueçam tudo em volta e reparem na linha de baixo sob a acidez abrasiva dos sintetizadores. Puro funk.

Optimo . How to Kill The DJ [Part Two] (Tigersushi, 2004)

Optimo, são Jonnie Wilkes e JD Twitch, residentes do Sub Club de Glasgow.
Kill The DJ, é o nome de uma noite temática que acontece todos os domingos no Le Pulp, em Paris.
O Le Pulp vangloria-se de ter as "Paris’ most beautiful lesbians" e o "Paris’ shittiest soundsystem".
A Part 2, surge após a parte 1, da responsabilidade de Ivan Smagghe.
Ivan Smagghe é DJ residente das noites Kill The DJ.
Um set de Optimo não anda muito longe disto (playlist em fonte pequena por razões óbvias de espaço)
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bush of ghosts - new mexico (mop)
john coltrane - joy (impulse)
archie shepp - song for mozambique (passion)
tito puente - take five (street sounds)
ofege - try an love (normal)
flying rhythms - trance space (jd twitch re edit)
moebius-plank-neumeier - speed display (sky)
moebius-plank - speed display (version) (sky)
moebius-plank - all repro (jd twitch re edit)
nathan fake - the sky was pink (icelandic version) (border community)
kalabrese - set me free (perlon)
tata vega - set me free (jd twitch re edit)
alter ego - rocker (italo dub) (jd twitch re edit)
gang of four - at home he's like a tourist (emi)
slick - space bass (jd twitch re edit)
misc - flow control (basteroid mix) (sender)
sweet exorcist - test four (warp)
mathew jonson - how can i help you? (active pass)
the 2 german latinos - gigolo gigolette (teutonic beats)
ruede hagelstein - sweaty balls (freund)
liquid liquid - bell head (dfa mix) (dfa)
the surfaris - wipe out (mca)
the trashmen - surfin' bird (garret)
the cramps - let's get fucked up (medicine)
exactshit - nancy's boots (no label)
the rapture - out of the races (sub pop)
dinosaur - kiss me again (jd twitch re edit)
the slits - i heard it through the grapevine (island)
squeeze - take me i'm yours (a & m)
the flirts - passion (jd twitch re edit)
p1e - 49 second dance (vinyl on demand)
grauzone - eisbar (electrola)
anita ward - ring my bell (jd twitch re edit)
eurythmics - sweet dreams (rca)
junkie slip - van kleef's klock (tummy touch)
street choir - rocksteady (choir)
the flirtations - nothing but a heartache (deram)
the temptations - papa was a rolling stone (jd twitch re edit)
the castaways - liar liar (elektra)
the ramones - rockaway beach (sire)
gwem - small hours (musick)
mount florida vs. kelvin bridge - yo la poptimo (oscarr)
midnight mike - boys boys boys (oscarr)
trinity - 3 piece suit (joe gibbs)
althea and donna - uptown top ranking (trojan)
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"How to Kill The DJ [Part Two]" surge após dois anos de preparação e mais de 80 pedidos de licenciamento de faixas.
O conceito é semelhante ao dos 2 Many Djs ou ao de Tiefschwarz; mashup irónico de temas diversificados, encadeados de forma nem sempre lógica mas de resultado quase sempre vibrante.
O primeiro disco (mixed), é um exemplo de electro/techno/house uptempo, contagiado por referências exteriores (nomeadamente a nostalgia de clássicos esquecidos das décadas de 70 e 80) e particularmente feliz no encontro entre os Mutantes e Pablo; Villalobos, Art Of Noise e Suicide; Chromeo, Medium Medium e Modettes; Quarks, Liaisons Dangereuses e Cramps.
O segundo disco (unmixed) surge creditado a Espacio; alter ego de Optimo, utilizado no período de aquecimento pré-dancefloor mas que também funciona bem na ressaca pós aquilo que vocês sabem.
40 years of music into 2 hours of mad mix. The Blues, the Soul, the Funky Chicken, (Italo) Disco, Industrial, Acid House, Psychobilly Glam Rock, the Paradise Garage, the Hacienda, the Danceteria, Warehouse parties, Techno, Ecstasy, Detroit, Chicago, London, New York Hip Hop, New York No Wave, Pre and Post Punks, Bleeps N' Clicks N' Cuts, the Chilean connection, Old and New School. e, pelo meio, um golpe de génio sobre a forma de "Some Velvet Morning" na voz de Lee Hazelwood e Nancy Sinatra.
Nota: existe igualmente uma edição em vinil triplo, com versões completas de algumas faixas utilizadas no mix, alguns re-edits da exclusiva responsabilidade da dupla e diversas faixas não mixadas, extremamente dificeis de encontrar em vinil.

UEFA Champions League

"Bound for the UEFA Cup - with PFC CSKA Moskva occupying second place due to their 3-1 lead at Paris Saint-Germain FC - as the game entered the 86th minute, Porto completed a stunning turnaround as McCarthy brilliantly outleapt William Gallas and headed in Quaresma's cross from the left. It really was the stuff of champions."
em uefa.com, após 90 minutos em que estivemos a maior parte do tempo fora das competições europeias, uns breves instantes na Taça UEFA e finalmente, quando já ninguém esperava, nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Misc . Crunch Time (Sender, 2004)

Diz a biografia conjunta de Hannes Wenner e Christopher Bleckmann que, antes de aparecerem os Misc., eles produziram drum'n'bass no projecto Monophace e downbeat como Van Delta, na editora Groove Attack.
Misc. é uma história completamente diferente.
Techno rugoso e circular, essencialmente prático, que funciona por vagas e picos consubstanciados em linhas de baixo irredutíveis, vozes minimais, batidas por minuto, ruídos maquinais, sintetizadores ácidos e uma estrutura rítmica que cria momentos de tensão no seu avanço lento e na conjugação de principios hedonistas com preocupações estéticas. Como refere a critica em F135, imaginem "Rocker" dos Alter Ego, repetida treze vezes (tantas como o número de faixas de "Crunch Time"), sem momentos aborrecidos nem pausas. O som actual da cidade de Colónia sofre neste álbum uma ligeira evolução: à elegância, imagem da marca da Kompakt (editora que distribui "Crunch Time") são adicionadas constantes injecções de funk, que, desta forma, assume a dimensão de objectivo derradeiro.
No fundo, é disso que se trata: cada tema é um potencial detonador na pista de dança, funcional e esclarecido, com o propósito definitivo de acentuar a diversão. O groove, aqui, é tudo. Que seja feito com coerência, uma dose de experimentalismo e outra de audácia, deve ser considerado como bónus.

Nota: igualmente na Sender, não percam o recente "Testcrash" de Metope. Podem ouvir os respectivos mp3s no website da editora.

EPs

Uma lista com dez EPs deste ano, a propósito de um post no Fórum Sons sobre os "melhores EPs de sempre".
Por convenção, designa-se como EP um disco normalmente composto por 4 músicas, com uma duração total intermédia entre a duração de um single e de um LP.
Actualmente essa classificação entrou um pouco em desuso (exemplos: "Backstroke" de Matthew Dear e "Mañana" de Savath & Savalas estão a ser vendidos como EPs, embora ambos tenham 8 músicas e uma duração a rondar os 35 minutos) ainda que, por razões práticas, se adopte no presente post o tal critério das 4 músicas.



Abe Duque . It Moved Me (Abe Duque Records)



Claro Intelecto . Section (Ai Records)



Copacabannark . To Beach Or Not To Beach (Perlon)



Daniel Wang . Berlin Sunrise (Ghostly International)



Frank Martiniq . Wizkaz (Sender Records)



James Cotton . Press Your Body (Spectral)



Mike Shannon . Sublet (Logistic)



Mikkel Metal . Sorano (Echocord)



Simon Says Vs. Chloé . Simon Says Vs. Chloé (Battle)



Zoo Brazil . Walk Right Back (Get Physical)

Oliver Hacke . Subject Carrier (Trapez, 2004)

Primeira edição em CD da Trapez (as duas primeiras edições eram compilações e não entram nestas contas) e disco de estreia do alemão Oliver Hacke, após um conjunto de 12 polegadas para editoras como a Traum ou a Background (onde se destacaram os magnificos "Clip" e "Der Vampir Von Düsseldorf") e remisturas para Akufen e Process. Composto por 9 temas não identificados, "Subject Carrier" é um arquétipo de microhouse, prevertido por linhas ácidas de baixo e sons glitch que dramatizam algumas ocasionais percas de substância emocional. Em alguns casos (como em Untitled #4 ou Untitled #5) o ritmo funciona como um cão atrás da própria cauda em círculos cada vez mais apertados para, posteriormente, ser libertado de forma clara e rigorosa, a exemplo de um insecto que muda inteiramente de aspecto em qualquer fase da sua evolução. Sem ter qualquer momento menos conseguido - à excepção de "Untitled # 9, já incluído no 12" "Polar", que encerra o álbum numa ideia de repetição ad eternum do mesmo padrão rítmico - "Subject Carrier" aplica o conceito de linearidade que, como refere a excelente critica da Stylus Magazine, envolve o ouvinte numa subtil teia de opostos entre a transparência suave do dub e as consecutivas erupções de sons que desencadeiam diferentes reacções emocionais. "Subject Carrier" é assim uma fábula, uma alegoria com vida própria, com armações de ossos e ligamentos encaixados entre si e com uma alma que o distingue das restantes movimentações da escola minimal alemã.